Na morbidez do silêncio que permeia
Este inócuo incolor, que me consola,
Desolado a caminhar pela linha estreita,
Sigo em frente, em passos que, outrora,
Encruzilhavam-se à luz escorreita.

O sentir perde-se na amplitude do ar
Como uma bruma que paira na noite,
Como pluma de desilusões a aspirar,
Como uma anáfora de erros a consertar;
Eterno imbróglio na vertigem do horizonte.

Soa-me um tanto utópico esperar
Esta devastação que me invade o peito,
Estas sombras que estão a vagar
Pelo incauto vapor do mesmo silêncio
Que, há tempos, estava a navegar.

Nestes dias íngremes, descontente,
Porém, navegando sobre os espinhos;
Tropeçando nas nuvens, sinto-me triste,
Menos triste quando, mesmo sozinho,
Alcanço o que deveras sinto.

Itacoatiara-AM, 10 de fevereiro de 2020.

 
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