Quando nasce o sol,
Seus braços clareiam o horizonte,
Sua pele macia toca nas estrelas
E elas adormecem e paralisam
O luar poente, no olhar da tristeza.

Os rios começam a refletir
E as árvores se veem no espelho,
As rosas passam a perfumar
Os campos, que entoam o desejo.

Os pássaros cantam seus prelúdios,
Colorem os céus, com seus caminhos,
Entregam as cartas de eternos romances,
E completam o instinto do solitário trilho.

A lamúria do pranto é ouvida,
A floresta reverbera suas cinzas,
Os primeiros sinais de brilho
Derramam o antídoto que traz a vida.

Vejo os raios ultrapassarem meus olhos
(acordo-me do sonho quase fenecido),
E entreaberto, eles veem o encanto,
Nos cantos, no encanto ferido.

Quando nasce o sol,
Seus braços clareiam o horizonte,
Sua pele macia toca nas estrelas,
E quando ele se põe, a melancolia
Se apresenta na mais íntima beleza.

Itacoatiara-AM, 12 de agosto de 2019.

 
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