Sou o amparo das incertas ilusões,
O pôr do sol que invade o dia,
Transcritor de grandes devastações,
A tempestade da eterna agonia.

Sou o verso presente nas nuvens,
Incauto, vívido e obscuro,
A aliteração, âmago, ferrugem,
A inundação do ar, de nada, de tudo.

Sou o sopro de melancolia,
A poesia camuflada pelo fingimento;
Sinceridade, paradoxo, melodia,
Sou a solidão, a luz, o relento.

Sou o tautograma telúrico,
Tenaz, triste, tempestuoso;
Sou o cálice, o ápice úrico,
Nada além de tudo espantoso.

Sou o amparo dos poetas,
O invisível sobre a devastação;
O derradeiro campo insolúvel,
Sou metal sob a escuridão.

Itacoatiara-AM, 01 de outubro de 2019.

 
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