Já não sei como esquecer
Este brilho que transcrevo,
Este sol que já não brilha,
Este frio que se repete
Derretendo a armadilha.
Armadilha que desconforta
Este som que me alimenta,
Esta luz que me escurece,
Este sonho que me acorrenta
Na mais sublime prece.
Prece esta que escrevo
Como um conto a imaginar,
Pode ser mais um desejo
Ou um desfecho a se chorar.
Chorar feito uma chuva,
Tempestade a se esperar,
Pode ser mais uma curva
Ou um abismo a despencar.
Juazeiro do Norte-CE, 24 de fevereiro de 2020.