Meus olhos desmaiam em calma
Quando a madrugada perdura,
Deixando nos cantos da alma
O peso de uma cor muda.

Minha ilusão desmaia em calma
Quando a tarde busca seu pranto,
E tocando nos cantos da alma,
De repente, acho o incolor manto.

Disseste ao dia o quanto estavas
Sorrindo ao vento acima das nuvens,
No frio daquela doce e estreita estrada
Que levaria ao passo do horizonte.

Estiveste além das notas do oceano
Quando esvaziam sua esbelta perfeição,
Traduzem o eco de teu amargo grito,
Tão silencioso quanto o som da solidão.

Tão invisível quanto o raio de sol,
Tão macio quanto a tez da tempestade,
Tão brilhante quanto o canto da morte;
Assim és tu, minha inteira metade.

Itacoatiara-AM, 23 de agosto de 2019.

 
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