Desde o primeiro momento que vi
Teus olhos, as montanhas dividiram-se
Dentro do sopro onde se pode morrer,
Por tantos sonhos, por tanto querer,
Toquei em tuas curvas, que se repeliram.

Desde o primeiro momento que vi
Tua alma, meus versos retraíram,
Pude sentir tua pele acariciando o gosto,
Dentre tantas ilusões, a melhor era de teu rosto
Suavizando todo desejo que às estrelas revestiam.

Desde o primeiro momento que vi
Teu corpo, mesmo que no esboço das sombras,
Senti-me escravo de meu próprio pensamento,
Avistava algo misterioso vindo do cansado vento,
No soluço, via as cinzas do sorriso que afronta.

Desde o primeiro momento que vi
Teu semblante, olhando-me com ternura,
Pude sentir o pôr do sol tocando-me a voz,
E do canto, a armadilha mais feroz,
Gradativamente salientando-te a formosura.

Desde o primeiro momento que vi
Teu abismo, ressoando por meu carinho,
Vi o brilho de teu prazer afugentando o grito,
Senti-me entrando no lírico e restrito
Cálice que leva ao mais doce redemoinho.

Desde o primeiro momento que vi
O deleite de teu eufemismo íntimo,
Pude desvirginar teu solitário coração,
Assim, em meus braços soava a canção
De tua formosura, com resquícios ínfimos.

Itacoatiara-AM, 09 de setembro de 2019.

 
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