Como dizer a meus olhos
Que os teus estão distantes,
Enxergando além do que se vê,
Compreendendo cada fonte?
Como perguntar ao infinito
Se tudo está diante das nuvens,
Escondido sobre um calmo grito
Que reverbera sua dócil ferrugem?
Como dizer aos meus sentidos
Que os mesmos estão no abismo,
Entrelaçados sobre a ode da manhã,
Perpetrada ao eterno solecismo?
Como sentir o calor das pétalas
Neste desconcerto do mundo,
Desconcerto diante à arte,
Sem enxergar mais a fundo?
Como dizer aos meus sentidos
Que a imaginação pode ser morada,
Sem esquecer-me da realidade,
Sendo o sonho uma flor desgastada?