A vida é a anáfora derradeira,
Ao seu fim, espera a eternidade;
E após o ciclo apenas resta saudade
E o perfume da rosa que gorjeia.

O sentido é a metáfora perdida
No incauto e desconexo plano;
De repente, às vestes inflamo,
Às palavras, a armadilha sem vida.

De repente o espelho não reflete
O semblante do sonho esquecido
Na madrugada em que anseio me deste.

Ó armadilha, por que em seus lábios reveste
A solidão, mesmo que nas sombras do dia,
Mesmo que de repente, mesmo inerte?

Itacoatiara-AM, 14 de setembro de 2019.

 
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