A saudade inflama em meu peito
Como um raio que atravessa o chão,
Como o luar que deita sobre as nuvens
E incendeia toda sua ilusão.

O silêncio atravessa o horizonte,
A aurora de toda devastação,
A vertigem de toda lembrança
Anda tão sozinha, em contramão.

E essa infinita contramão
É o prelúdio do pôr do sol
Depois dos dias em que chuva secou
E decidiu não voltar nunca mais.

Ah, e agora quem vai florescer
Este deserto que restou?
Quem vai completar este vazio
E o perfume da eterna flor?

Itacoatiara-AM, 01 de novembro de 2019.

 
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