Assim, é importante salientar o final desta história, que na
verdade não tem fim, a poesia sempre continuará fazendo parte
da essência de George Wook, aliás, foi ela quem o reergueu. O
mundo pode estar um caos, pode simplesmente fazer reinar o
horror, a mente pode reforçar tudo o que há de ruim, mas
devemos nos manter firmes, sem desistir.
George Wook sempre manteve os pés no chão, e sempre
soava de seu instinto: As coisas boas hão de serem superiores
às ruins. A sua vida estava sendo uma imensa metalinguagem,
até sua estadia no universo da literatura, ele desabafa em vários
versos, depois faz uma poesia mostrando tudo o que a mesma é,
o desfecho com O que restou da poesia? é perfeito à situação
mostrada na empolgante história do poeta.
Logo, vê-se na primeira página um trecho muito importante:
“George se interessava pelo
estudo do universo, da cultura,
das artes, da história, da
filosofia; sempre que possível
inventava em sua mente um
universo paralelo para escapar
da realidade.”
Diante deste trecho, vemos que no decorrer da história ele se
apaixona por uma moça inexistente chamada Megan, e vive
muitas aventuras com a mesma, logo, percebemos que ela é uma
invenção do poeta, ela representa o amor platônico, em muitas
243
ocasiões o leitor percebeu que George tinha características da
segunda geração romântica, só não era tuberculoso.
E o sonho de George em ser filósofo? Devo dizer aqui o óbvio,
para ser filósofo precisa ter-se um infinito leque de saber, e o
poeta (como conservador) estava em constante evolução, e
considera de suma importância conservar o que é bom e evoluir
o que é ruim.
Estamos diante de um infinito que nossos olhos não veem,
estamos na linha do horizonte aguardando um passe para a
distância de nossas sombras, somos os moradores de rua que
George era, somos sonhadores, criamos personagens, castelos,
pensamos em como seriam diversas situações sob a luz das
possibilidades que damos.
Muitas vezes nos apegamos a coisas sem valor algum, a
coisas que não existem, e quando nos damos conta que era
apenas uma ilusão, quando acordamos, aí vem a desilusão, aí
vem o ápice do fundo do abismo, nos vemos em uma imensa
escuridão, acorrentados em nossos próprios medos e
sentimentos.
A partir desse pressuposto, percebemos que quando ele se
deu conta disso, a realidade reverberou em sua consciência, e a
partir daí a aventura sem ser por meio da fantasia realmente
começou, de maneira brasileira, com todos os problemas que se
encontram aqui, com todas as diversidades e adversidades.
Sem se importar com o tempo, sem se importar com as
circunstâncias em que vivia, começou a trabalhar e a juntar
dinheiro, começou a enfrentar ainda mais as dificuldades, sua
clássica frase se encontrava nas paredes de seu quarto, sua
vitrola soava a importância que aquelas singelas palavras tinham
em sua existência, em seu cerne, em seu espírito.
Acredito que já tenha ficado muito claro as intenções deste livro
e a sua mensagem derradeira, acredito também que cada um que
244
realmente se dedicou à leitura desta metalinguagem está tocado
neste momento, se viu totalmente liberto por dentro, totalmente
renovado. As experiências são diferentes em cada pessoa, cada
um extrai a informação como convém à interpretação.
Esta obra exalta a família, a hierarquia, a imagem de um
patriarca, os bons costumes, a tradição em si; é escrita no modelo
da filosofia ocidental, no entanto, é interessante que George
Wook tenha nos dado a “munição”, que são os fatos ocorridos em
sua história, que realmente é muito bonita, um dia ele se tornará
um grande filósofo, mas isso só dependerá muito cedo, pois ele
sabe desde jovem que tudo pode acontecer desde que você
acredite.
O livro Renascer de George deve ser referência para muitas
pessoas, visto que as duas poesias em destaque são bastante
reflexivas, e nos levam ao mais distante pensamento, visto que
seus versos metonímicos, metafóricos e hiperbólicos carregam
em si a transcendência de um verso, podendo ser essa
transcendência realmente transpassada à alma, porque nele há
verdade.
Há muitos “Georges” isolados no esquecimento, muitos deles
nem veem um futuro, nem têm esperança; muitos deles são
trocados por aberrações tão medíocres quanto quem às dar
atenção, tão medíocres quanto a própria mediocridade, sendo
sublime aos olhos do eterno ignorante.
Muitos preferem ignorar o que há de bom e se adequar ao que
há de ruim apenas para parecer ser legal, apenas para parecer
mais jovem; eles dizem que somos atrasados, ou retrógrados,
muitos nos chamam de “facistas” (mesmo sem saber escrever a
palavra, tampouco o significado) apenas por discordarem de nós,
dos ideais conservadores; alguns são tão hipócritas que se
autoflagelam, que se autodestroem, que se auto-humilham,
245
apenas para ter alguma chance com uma menina de rosto bonito
(ou vice-versa).
Vejo que nossa juventude está um LIXO, vejo que implantam
em suas cabeças de vento a contradição, e ao perceberem que
há, apenas lhe restam taxações a alguém que tem argumento. O
livro começa abordando um pouco este assunto, que é
extremamente preocupante.
É comum vermos que para alguns o absurdo virou o sinônimo
da normalidade, muitos defendem o indefensável, apenas por
convir com o pensamento de um chefe de um grupo mais
poderoso (muito comum entre adolescentes). Vejo que o que é
superficial (hoje em dia) está fazendo mais sucesso, vejo que
andamos cada vez mais ao precipício, cada vez mais quebrando
“padrões”, e depois, quem sabe, nem procriação mais terá.
É possível ver tudo isto implícito na obra, algumas coisas bem
lá no fundo, outras coisas bem à mostra. Perdeu-se aquela magia,
aquela imaginação de antes, perdeu-se a vontade de ler, a
vontade de buscar a perfeição na escrita, na música, sendo
improvável saber até quando o Brasil (e o mundo) vai aguentar
tanto flagelo, tanta superficialidade e tanto desrespeito com uma
cultura por conta de uma podre ideologia, por conta de uma
tentativa de quebra de valores, para que se vigore o caos, um
poder supranacional, a maldade e a inveja.
O que restou da Poesia? nunca foi tão real quanto nos dias de
hoje, muitos pedem socorro, mas poucos conseguem atender a
demanda.
No entanto, termino este singelo texto com uma poesia, uma
que irá tocar no seu obscuro, leia lentamente e ouça a música
mais melancólica que tiver:
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UM SENTIMENTO
Um sentimento que destrói,
Um sentimento que busca,
Um sentimento que constrói,
Um sentir que também ofusca.
Um sentimento que se repete,
Um sentimento que completa,
Um sentimento que promete
E quando não sentido, se liberta.
Um sentimento que renasce,
Um sentimento que é deserto,
Um sentimento que na verdade
É um sentir tão frágil e incerto.
Um sentimento que se ama,
Um sentimento que não se vê,
Um sentimento que declama
Às ruínas, o quão doce é viver.
Um sentimento que é doce,
Um sentimento que é incolor,
Um sentimento que ouve
Toda a voz da alma em dor.
Um sentimento imortal,
Um sentimento que é infinito,
Um sentimento suprassentimental,
Um sentir que às vezes é ferido.
247
Um sentimento que se espelha,
Um sentimento que se perdoa,
Um sentimento que se assemelha
À vontade, ao sonho, que voa.
Um sentimento que se repete,
Um sentimento que completa,
Um sentimento que remete
À essência de um vasto poeta.
Itacoatiara-AM, 23 de julho de 2019.
Agora sim, podes voltar à realidade, à normalidade. Se tudo foi
único e verdadeiro, esta história lhe inspirará à outra. É importante
que você continue a imaginar até onde George Wook irá parar,
logo após o nascer de um poeta.
Abraão Cavalcante

 
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