Esta é a terceira obra de Abraão Marinho, sendo a primeira O Obscuro da Mente de um Poeta, a segunda Democratização da Imbecidade; sendo esta, muito importante para a vida de escritor do mesmo, pois apresenta um lado profundo do pensamento, apresenta as angústias, os sonhos, e além de tudo isso, é a estreia de um livro de poesias diferente, um livro com uma história envolvente, uma metalinguagem pura e totalmente inquebrantável.

George Wook desde o início teve uma vida extremamente sofrida, seus pais foram mortos pelos porcos comunistas da União Soviética. Entretanto, ele conseguiu abrigo até os dez anos, quando passou a viver intensamente no que o mundo poderia oferecer, nem sempre eram flores, os aços da realidade acorrentavam-no na cruel tempestade.

Sempre que a tempestade passava, ele buscava imaginar situações onde o sofrimento era menor, sonhava bem alto e até caminhava em cima das nuvens. George desde cedo sempre foi muito autodidata e aprendeu tudo praticamente sozinho, tinha suas ideias muito firmes, mas sentia que havia um vazio, sentia que estava incompleto, sentia que Deus deveria mandar esta outra parte, pois a solidão sempre o abraçava à noite, sempre soava em seus ouvidos coisas terríveis, como o extremo e fervoroso silêncio.

Em determinado ponto de sua vida, percebeu que já tinha poemas suficientes para lançar um livro, assim surgiu Pela Última Vez, e tudo começou a fazer sentido, e nesse momento Megan ainda não tinha partido, e parecia que o tempo era totalmente desfavorável à sua sobrevivência, parecia que as nuvens e os pássaros apenas lhe informavam que iria chover quando já estava chovendo; parecia que a primavera tinha trazido consigo a seca do semiárido nordestino, e nada era simples, até mesmo se por início parecesse ser.

Porém, com o tempo George viu que seu livro não deu certo, e até parecia que nada estava dando, o tempo se passava e a miséria continuava, parecia que o passado não chegava ao presente, e o presente não tinha futuro. Até parecia que tudo estava fadado ao fracasso; mas ele estava ali, em pé, resistindo a todos os golpes que recebia, suas pernas estavam um pouco fracas e tremiam quando ele apenas tentava dar o passo seguinte.

Caminhou sobre seus sentimentos, o seu íntimo (por mais que parecesse intocável) sempre esboçava um castelo medieval com várias entradas para caminhos distintos, e ele pôde experimentar cada um desses destinos, e sempre se expunha ao futuro, ao passado, ao seu infinito; sempre caminhava de mãos dadas com a filosofia, e sempre buscava metáforas que explicasse o que o mesmo estava a enxergar, mesmo que de olhos fechados…

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Capítulos

Capítulo 29

Era uma luz de Led que lembrava muito os anos 80, tinhaalguns carros ali na frente, e o relógio de George marcava sete equarenta, a bela moça estava à espera dele para mostra-lo comoseriam os procedimentos. Ela estava com um vestido querealçava as curvaturas da bela estrada, o vestido era vermelho etinha poucos detalhes, realçava sua beleza de maneira colossal,seus lábios estavam destacados com um vermelho vívido e seusolhos negros brilhavam com a luz de Led que vinha de longe.— Boa noite, você está muito bonita! — elogiou George.— Boa noite, querido. Obrigada pelo elogio, estava lheesperando; venha, me acompanhe. — disse a moça com um largosorriso.Ela pegou nas mãos de George, e os dois juntaram os braçose caminharam para dentro do Teatro, tudo estava planejado, tudomuito bonito, não estava lotado, mas tinham algumas pessoas,cerca de trezentos e cinquenta, por aí.A marca de George estava no centroda grande sala, revestida

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Capítulo 30

Foi resolvido isso, o Senhor Cavalcante concordou, Georgeestava refletindo o quão louco era a ideia dessa gente grande,isso porque gostaram muito de dele, senão iriam cobrar cinquentapor cento (50%) do valor, ou até mais, porém confiavam nosucesso do poeta, e tinham meios de vender os livros, tinhamcomo fazer boas propagandas.Não era sem motivo que apostavam em George como uminvestidor que investe na bolsa de valores quando as políticaseconômicas estão boas e a esperança num mercado lucrativoestá crescente. George estava muito feliz, e se tivesse em umpaís decente já poderia guardar em sua conta no banco um valormuito interessante para a sua aposentadoria, agora teria deinvestir esse dinheiro de maneira responsável, e guardar em outrolugar.Demorariam cinco meses para aprontar os vinte milexemplares, cálculos estimavam que todos os exemplares seriamvendidos em até dois anos e meio. É de suma importânciasalientar que o dinheiro iria vir gradativamente, os exemplares216que seriam vendidos nas livrarias

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Capítulo 31

Aos poucos ele foi se entrosando com Alice, e descobriu queela tinha dezenove anos, e que era filha do Senhor Cavalcante,no entanto, tinha no seu nome Alice Cavalcante; ela trabalhara alie no ano seguinte faria faculdade de psicologia, ela era solteira,mas não tinha pretendentes.Os dois eram amigos, já haviam saído diversas vezes, iam noShopping, no cinema, em todos os cantos; até haviam viajadopara São Paulo a mandado do Senhor Cavalcante pararesolverem um problema da empresa. George era muitorespeitoso, já com vinte e um anos ainda era puro, nunca havianamorado, apenas se imaginava com Megan, mas ela já haviapartido.Ficavam em hotéis luxuosos (quando viajavam) pagos pelochefe, e sempre dormiam em camas separadas, ela dava indíciosque gostava dele, e ele sempre era pessimista demais, porquesempre inventa coisas em sua cabeça psicodélica, mas até queestava sendo boa essa experiência.Ela estava sentada ali fazendo seu trabalho, e o poeta deu umapausa no seu e

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Capítulo 32

O prazo de dois meses passou, e novamente lançaram o livrono Teatro Amazonas, mas dessa vez a casa estava cheia e nãotinha onde colocar mais pessoas; a orquestra tocava Jesus, aalegria dos homens, de Bach, e o discurso de George fora assim:Boa noite a todos, queriaagradecer primeiramente a Deus,depois à Editora Manaus, que meproporcionou este momento deglória, abriram as portas para mim,confiaram também neste jovem;agradeço também aos vinteempresários que estão sentados naprimeira fileira, vocês investiram nomeu livro, sendo que nem sabiamse daria certo ou não.Agradeço a presença de todosvocês que estão aqui, e tambémdevo agradecer à minha namoradaque está do lado do SenhorCavalcante, Alice Cavalcante. Ela226tem sido meu refúgio, por mais deum ano, antes éramos amigos, elasempre me apoiou juntamente aseu pai, ele sempre nos apoioujuntos, e por muito tempo nãopercebi.No entanto, esse meu discursoserá mais de gratidão mesmo,acredito que todos vocês aqui leramAlvorada, e não se faz necessáriocontar novamente

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Capítulo 33

As poesias de George eram usadas em muitas escolas deensino fundamental para interpretação de texto, a preferida era apoesia Nictofilia Necrófaga, era uma crítica às pessoas que amamviver na ignorância; aliás, muito melhor que a famosa Cálice,tornou-se enfadonha de tanto que é usada para descrever acensura durante o regime militar, aliás, censura tão boa que oscomunistas se infiltraram em todos os cantos; não que umacensura seja boa, mas sejamos sinceros, censuraram até CarlosLacerda; aliás, eles (os militares) até financiavam osesquerdistas, e tinham a velha tecnocracia, o velho positivismocomo ideologia; e os guerrilheiros não lutavam por democracia,por justiça, queriam era uma ditadura do proletariado.George discutia esses assuntos abertamente, não tinha medode expor a opinião, além do mais, lia muitos artigos de um rapazchamado Olavo de Carvalho, que sempre acertou em suasprevisões. Porém, deixando um pouco a política de lado, Georgecontinuava produzindo, já estava com vinte e dois anos, e Alicecom vinte,

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Capítulo 34

A pergunta central estava centradano que restou da poesia, e realmente,o que restou dela? Pode-se presumirque promoveram o desvirtuamento damesma, resumindo-a em apenaspalavras secas, com a promessa deacabar com as palavras difíceis paraum melhor entendimento.Logicamente que é opção dopoeta, escolher as palavras quemelhor serão encaixadas no poema,mas usar isso para deixar tudo demaneira tacanha, de maneirasimplória? George não concordavacom isso, para ele a poesia deveriaser especial, deveria ter uma linguagem diferenciada, pelo menosuma significação especial, porque se for usada qualquerlinguagem tosca que qualquer criança consegue fazer, nemadianta fazer, na opinião de George, por isso ele era criticado poralguns escritores.Alguns dias se passaram e ele estava vendendo muitosexemplares, em três dias tinha vendido quatro mil exemplares, ea lista para livros a serem lançados estava imensa, tinham quinzelivros para a Editora lançar em até seis meses, era um trabalhomuito corrido; George não tinha tempo, assim como Alice tambématendia muitas pessoas em sua

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Posfácio

Assim, é importante salientar o final desta história, que naverdade não tem fim, a poesia sempre continuará fazendo parteda essência de George Wook, aliás, foi ela quem o reergueu. Omundo pode estar um caos, pode simplesmente fazer reinar ohorror, a mente pode reforçar tudo o que há de ruim, masdevemos nos manter firmes, sem desistir.George Wook sempre manteve os pés no chão, e sempresoava de seu instinto: As coisas boas hão de serem superioresàs ruins. A sua vida estava sendo uma imensa metalinguagem,até sua estadia no universo da literatura, ele desabafa em váriosversos, depois faz uma poesia mostrando tudo o que a mesma é,o desfecho com O que restou da poesia? é perfeito à situaçãomostrada na empolgante história do poeta.Logo, vê-se na primeira página um trecho muito importante:“George se interessava peloestudo do universo, da cultura,das artes, da história, dafilosofia; sempre que possívelinventava em sua mente umuniverso paralelo para escaparda realidade.”Diante

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