O INFINITO RASO
A revolução da vida humana
É reconhecer os próprios acertos,
Aprender com o erro dos outros,
Ser grato e valorizar o horizonte.
Que vem como num choro,
Um sussurro da cinza das nuvens,
Um futuro de um oceano incolor
Na praia de uma luz das profundezas.
Não se importando com as pedras
Que acariciam o ego dos caminhos
Que tropeçam diante de teus olhos,
Diante da cortina de ferro do presente.
O passado é um reflexo do hoje,
Atrasado em apenas um fio d’espada
Do tempo que não é aproveitado;
Enterrado, amordaçado, ensanguentado.
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Grandes novidades dos sonhos
Travestidos da vontade ou desejo,
Alçado na calçada vazia e fria,
Esperando uma esmola a um espantalho.
Esbranquiçado e sem vida, mas existindo,
Sobrevivendo às circunstâncias tacanhas,
Estupefatas, saudando ao espanto
Tido diante da tempestade calma.
Estava uma manhã nebulosa, a melodia do amor de Beethoven
pairava sobre o luar do dia, a ventania cessou logo após o
primeiro canto dos pássaros, Megan ouvia Rachmaninoff. Agora
estavam em um patamar mais profundo, estavam andando acima
das nuvens e o sol despertava o azul, o mar estava lânguido, das
suas vestes a prole do encanto ressoava socorro.
Haviam se passado dois meses entre dois dias, tivera passado
muito rápido, Jones estava esperando George em sua editora às
dez e meia da manhã, e as horas passavam depressa. Chegando
a frente da Editora, Jones estava lá na frente esperando
ansiosamente, com um largo sorriso.
— Boa tarde, poeta e escritor George Wook. — disse Jones,
ansioso.
— Boa tarde, senhor Jones. Como está meu livro? —
perguntou George.
— Está no meu escritório, vamos lá! — exclamou Jones.
Megan estava ao lado de George, assim caminharam
calmamente até a sala de Jones, havia algo diferente no
ambiente, tinha uma névoa pairando no ar, algo diferente, talvez
uma forma da mãe de George falar a ele que tudo daria certo. De
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repente George a viu bem distante, olhando carinhosamente, e
disse-lhe com as palavras firmes e contundentes:
— Não desista, tudo vai dar certo!
De repente sumiu entre as cinzas e
George adentrou em seu destino.
Esta era a capa do livro de George,
iria para o mercado a uma semana, a
editora ainda faria o trabalho do
marketing.
— Gostou da capa, George? —
perguntou Jones.
— Sim, está ótima, e a imagem
condiz muito ao tema das poesias que
abordei neste livro! — exclamou
George.
— Será um sucesso, vá por mim, George. — disse Jones,
empolgado.
— Querido, isto está maravilhoso. — enfatizou Megan,
impressionada com o resultado final.
— Valeu a pena esperar este momento acontecer, sempre
sonhei em ser escritor, lançar livros que fossem vendidos pelo
mundo inteiro, e eu sei que isto não é utopia, está começando a
se tornar realidade. — respondeu George, emocionado e
satisfeito com o que conseguira fazer, basta agora que o público
se agrade, e que faça o que o capitalismo consegue proporcionar
de melhor: a riqueza, por meio do consumo.
Na primeira página do livro havia uma frase marcante, muito
usada por George:
As coisas boas hão de serem superiores às ruins!
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Tudo existe desde que a pessoa acredite; tudo pode acontecer
desde que a pessoa lute. George sabia que era assim que
funcionava a sua mente. Desde os primórdios da humanidade, só
se descobre algo ou se inventa algo se houver alguém curioso o
suficiente, acreditando o suficiente em sua capacidade; sem isso,
sem ter-se o gosto do desconhecido, não há sentido à essência
humana.
George inspirava-se em sua mãe para continuar existindo,
para continuar lutando pelos seus ideais, pelo que ele realmente
acreditava, não é fácil de viver-se neste mundo sendo autêntico,
sempre haverá pessoas que se ofenderão até com as sombras
do alvo do grupelho que lhes fora arraigado da ignorância.
Portanto, George tinha em seu pensamento que não importa o
que acontecesse, não importa uma dor ou uma derrota; um medo
ou um temor; um anseio ou uma ilusão, tudo valeria a pena se ele
se esforçasse até o fim.
ANOITECER
O alvorecer da tarde cai lentamente,
Dos meus olhos, gotas insensíveis,
Dos céus, o grito dilacerante,
E a gota da chuva invisível.
Das leves árvores, a trêmula tristeza,
Melancolia desponta o luar do abismo,
Diz-me: Não chore, não abaixe a cabeça,
Esta noite sussurrará o passo seguinte.
Não diga adeus aos seus erros,
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Eles machucam, mas te ensinam,
E teus acertos são reflexos deles,
A dor é a utopia da depressão,
Que quando vem, instaura a loucura.
Homens sábios deixam seus versos,
Os tolos, a inveja e a tolice;
A fraqueza, o egoísmo, a sandice;
Terás de ser como esta tarde cinzenta,
Que sempre irá voltar, com sua beleza.
Faça do seu jeito cada passo,
As quedas serão degraus do futuro,
Por mais que digam que és louco,
Prove que és o melhor no que fizeres.
Não deixe que te deixem para trás,
Não tropece nas armadilhas dos ímpios;
Enfim, que o nascer do sol te inspire,
E do alvorecer, que surja a letra
Da canção que a muitos fará rotina.
Esta era a poesia inicial que o fizera lembrar-se dos dias em
que esteve com Megan naquele lugar diferente, e a última poesia
fora a intentona destroçada, que ficara assim naquele livro.
INTENTONA DESTROÇADA
Perguntas não valem nada
Quando a dúvida é passageira,
A “democracia” que eles pregam
É a mancha da morte que grita a sentença
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De quem nada fez pra merecer isto:
A revolução imposta pelos gritos perdidos
Nos próprios ecos de sua infame utopia.
A fome agride, e quem a fez acontecer,
A cada dia ganha ao ouvido a ensurdecida
E devastadora onda sonora de socorro,
Mas não para ele, mas para o vizinho,
Que tenta ajudar, mas não é permitido.
Queima como a larva do peso lançado na garganta
Toda a esperança de quem se dispersa em prantos,
Todo o amanhã visto em grades do quarto sem vida,
Na derrocada de uma armadilha feita nas entrelinhas,
Nos cantos do genocídio exposto à latrina vermelha.
O véu da horda empáfia de iludidos
Em beijos, faz juras de amor ao rei sanguinário,
E põe culpa a quem é servo de Cristo,
Em quem é contra a ideologia da promiscuidade,
Que seus componentes têm ouro e seu povo é miserável.
As intentonas de zumbis intercalados
Sob a foice que esmaga o pingo de moralidade,
Sob a desculpa da doce e invisível igualdade
Distribui igualitariamente a destruição e fenecimento
Transpassado em linhas já usadas na modernidade.
Deus que ajude quem está nas mãos ímpias
De um ser desumano que ri da calamidade,
Que é massageado e alimentado pelos militantes
Que não veem além de seus sentidos vagos,
Alçados pela cegueira mais cortante.
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Deus que ouça a voz de nossos pobres irmãos,
Que banhados de farpas, vidros e concretos,
Lutam pela sua mais sonhada liberdade;
Deus que livre esta honrosa e gloriosa nação
De perecer em planos que vagueiam na calamidade.
A revolução imposta pelos gritos perdidos
Estão se afogando na união de novos ares
Inspirados em lutas, um dia invencíveis,
Que proclamaram grandes homens
Que libertaram a humanidade!
A revolução imposta pelos gritos esquecidos
Acharam em suas raízes, o próprio fim.
Em memória de meu querido amigo: Sr. Beethoven.
Em seguida George explicara a situação ao seu público-leitor,
afim de que todos ficassem sabendo da situação. Ele deve deixar
muito claro o que pensa, quais suas opiniões sobre diversas
situações, lógico, para não ficar (depois) refém do seu próprio
público.
Então o poeta deveria esperar apenas uma semana para tudo
ficar perfeito para o lançamento de seu livro.

 
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