E, FIM!
Por que me deixaste neste submundo
Entregue ao vazio de minhas lágrimas?
Se destroçares meus olhos num segundo
Restarão apenas cinzas desta madrugada.
Por que me deixaste neste sufoco,
Entregue ao caminho da incerteza?
Deixaste-me aqui sem nenhuma piedade,
Sem nenhuma saudade, somente frieza.
E as dos dias em que às sombras te guiei
E em meus olhos declaraste todo teu amor
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E as das noites em que me curei
Foste tu quem estava ao meu lado.
Estou aqui, sozinho e perdido,
Nesta camada de encanto, ilusão e grito,
Esperando-te como em dias atrás,
Porém irei te visitar agora!
Por que me deixaste neste submundo
Entregue ao vazio de minhas lágrimas?
Está frio, entre a cruz e a espada,
Ainda escrito: nunca deixe de me amar.
Está frio entre a cruz e a espada,
Ainda escrito: estou a te esperar,
Se estiveres disposta a me encontrar,
Ou no sonho, nas lembranças ou na morte.
Esta foi a ducentésima poesia de George, seria seu segundo
livro, no mesmo dia onde teria que encontrar a senhora às duas
horas da tarde para entregar-lhe o documento com as suas cem
poesias para ser um livro, livro este que se intitularia ‘Pela última
vez’, e marcaria muito a mente das pessoas, sendo que a música
tocara todos os dias, estava famosa pelo mundo inteiro, George
nem cobrou direitos autorais, pois já seria ajudado a lançar sua
primeira obra.
Deu o horário e George fora correndo encontrar-se com a
senhora de cabelos bem brancos e de pele macia. Passou algum
tempo e ela chegou ali em passos lentos; bem distante. E de
repente começou a se amontoar várias pessoas ali em cima dela,
gritando: Olhem, é John, cantor de Pela última vez!
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Logo o caminho estava livre para a passagem dos dois, e foram
se aproximando lentamente, George estava ansioso demais e
Megan estava ao seu lado.
— Olá, senhora Elizabeth. — disse George um pouco sem
jeito.
John estava muito elegante, de terno e com uma pasta em
suas mãos, sorriu para o rapaz, e lhe disse:
— Olá escritor, tudo bem?
— Tudo sim, senhor John! — disse educadamente George.
— Vim aqui analisar seus escritos! — disse a senhora
Elizabeth.
— Sim, aqui estão eles, consegui fazer duzentas e vinte
páginas, com cem poesias, espero que estejam boas. — disse
George, com um pouco de vergonha.
Megan estava um pouco distante, apenas vendo a situação e
analisando se valeria a pena ou não, talvez aquela fosse a única
chance de George, o que se pode saber sobre a vida é que às
vezes não há certo ou errado, isso quem vai dizer são as
consequências dos atos. Ou seja, aquilo poderia ser uma cilada,
George não os conhecia direito, e em tão pouco tempo estava
delegando-lhes toda a confiança, eles poderiam simplesmente
roubar as poesias de George, porém o mesmo teve de delegar
esta confiança, por aí se tem a reflexão: este ato pode ser errado
ou certo, as consequências irão dizes. Não é algo raso de ser
discutido, portanto é importante, e seria muito importante para
George, visto que ele se esforçou para conseguir aquilo.
— Está aqui o documento, senhora! — disse George.
— Vou mostrar estes poemas para meu amigo, com certeza
ele irá se entusiasmar bastante. — disse John, animado.
— Eu espero que tudo dê certo, Deus há de me ajudar. —
respondeu George, com confiança.
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— Aliás, você não quer ir conosco conversar com ele? —
perguntou John.
— Se fosse possível eu adoraria ir! — disse George.
Megan estava feliz com o futuro que aguardara seu amado.
PSYCHOSIS OF A FAKE LOVE
She is insecure and afraid,
Nothing has done wrong to your friend,
Have to keep everything a secret,
Even without protection and shelter.
He sees a part of himself in her,
Idealized a love that did not exist,
It soon turned into a nightmare,
Can’t live without having to master her.
He says things that do not make sense,
For the sense was summed up in psychosis,
Psychopathy has taken him the essence
And the depression in his chest made rested.
The more he feels him domination,
Reverb this in being more fragile;
She’s standing around the corner, waiting
The kiss of death and the invisible blood.
Because she doesn’t know for sure if it’s good,
If it is the cure of orchestrated madness,
The relapses cause him to hear the sweet voice
Of whom his skin is more bitter.
Walking toward the end of the tunnel,
But no one believes what she says,
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There is only one way to prove this chess:
Checkmate in the most intimate weakness.
She molds herself to his will, to him does everything,
Her empty friends just give him the ammunition.
Increasingly suppressing freedom:
The suffocation of this flower that will still bloom.
If from the chalices truth reverberates,
He will go unpunished with a brazen lie,
Because this being is only a soul
That needs transcendental intervention.
Because evil is clothed with the sunset,
In space he leaves your empty seem to fill,
His shaken ego to know that the wind himself
It’s in your direction, but when it changes…
The conception of facts will win.
Essa poesia soou na mente de George, o significado dela era
bem mais profundo e pessoal, porém não fazia parte da vida dele,
mas sim de uma história que ele havia ouvido, era algo confuso.
De repente tudo estava escuro, George avistou uma miragem
bem distante, era uma mulher com um vestido branco, ela estava
sentada e chorando, estava manchada de sangue.
— Quem é você? — perguntou George.
Nada ouvira, nenhuma resposta sequer, então se aproximou
da mulher misteriosa, sem se dar conta, quando se aproximou ela
havia desaparecido de sua vista, e uma voz resplandeceu bem
nos cantos de sua mente:
SOCORRO!
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Quando de repente um tanque de guerra atirara inúmeros
disparos na direção da mulher, que quando estava jogada no
chão, agonizando, disse:
— Filho, eu te amo muito! Sempre estarei ao seu lado, você
certamente não se lembra de mim, mas estou aqui para lhe falar
que tudo dará certo.
George estava confuso, de repente em sua vista houve uma
transição e tudo estava claro, em paz, e sua mãe apareceu ao
seu lado e tocou sua mão, estava com os olhos cheios de
lágrimas, e disse:
— Filho, agora eu posso partir em paz, Deus me deu a
permissão de vir falar com você, não há hora melhor que essa.
Meu filho, tudo vai dar certo em sua vida, você será um grande
escritor, e tudo que você quiser ser ou em todo seu projeto
coloque Deus em primeiro lugar, não deixe que te digam o que
deves ou não fazer, não faça nada para agradar pessoas
medíocres, seja você mesmo, e por mais que algo não dê certo
de início, não desista.
— Mãe, eu te amo muito! Nunca pude lhe ver, nunca havia
conversado com você, estou muito satisfeito, com certeza essa
será uma experiência para o resto de minha vida. Mãe, se você
conseguir falar com Deus, diga para ele nunca me desamparar…
— Querido, acorde! Chegamos à Editora Winston. — disse
Megan, balançando George para que ele acordasse rapidamente.
Os dois saíram do luxuoso carro, e um imenso prédio estava às
suas frentes, a logomarca da empresa era diferente, era algo
medieval, tudo estava exatamente como deveria estar. Todo o
escritor sonha em um dia lançar seu livro em uma editora que se
destaca no mercado, ainda mais quando ela é a maior do
mercado, assim o livro pode percorrer o país inteiro. Abaixo do
letreiro estava uma frase:
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Tudo existe desde que você acredite. Tudo dá certo desde que
você lute!
Discorrem os versos pela beleza da vereda da tarde, sutil e
doce que atravessava o pensamento, profundo e arraigado no
destino de seus próprios passos, George subia às escadas com
algo que supre sua essência: com esperança. A esperança que a
muitos falta, e que a poucos falta mais ainda, longe da
negatividade, George iria ao último andar, conversar com o dono
da Editora Winston, o Sr. Jones (assim que era conhecido).
— A que devo a honra de sua ilustríssima visita, meu amigo?
— disse gentilmente o Sr. Jones, curioso com a presença do
grande amigo.
— Vim lhe mostrar um talento e tanto, é dele a letra da música
Pela última Vez. — respondeu o cantor.
— Como não? Pode chamá-lo aqui! — disse surpreso, Sr.
Jones.
Chamaram George até à sala, e Megan ficou esperando
sentada em uma poltrona, relaxada. Ouvia no som-ambiente La
Campanella, de Paganini.
— Sr. Jones, este é o escritor, George Wook! — disse John
com um largo sorriso.
— Um prazer lhe conhecer, poeta! — disse Jones, orgulhoso.
— Bem, Sr. Jones, este garoto tem aqui nesta pasta duzentas
e vinte folhas com poesias que poderiam virar um livro. —
adiantou John.
— Deixe-me ver, parece interessante. — reiterou sua fala, o
Sr. Jones.
Então George deu a pasta ao Sr. Jones, que folheou as
páginas com uma alegria enorme, como se fossem suas, até que
um poema logo o tocara:
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À MÃE…
Talvez essa falta de atenção
Seja problema da triste incerteza,
Para sondar as dúvidas da destreza
Trafegadas no cemitério da subversão.
No alto sepulcro da morte em vão
Há uma ferida mantida sob a cortina
Dos sentimentos da aurora em ruína
Do silêncio que perfura a voz da solidão.
Na cruz de meu solitário lar, fenecido,
Haverá uma placa dizendo o que fui:
Poeta e escritor, aos pensamentos, assíduo.
Apenas peço que coloque um poema:
Aquele que tocar à alma sincera,
E que termine dizendo: Eu amo você.

 
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