George estava concentrado, tentando terminar aquele livro de
maneira mais rápida possível.
“Deus, se for da tua vontade
abençoe minha vida de escritor, façame alguém de sucesso, eu sei que não
sou muito religioso (e não sou hipócrita
de negar isto), porém hei de ver que as
coisas boas hão de serem superiores
às ruins, sou grato a ti por cada
segundo, até por cada dificuldade que
me fizeste passar, sou grato a ti por
não dar a mim um espírito de
fracassado. Deste a mim esperança,
eu sei que não leio a Bíblia, porém não
me vejo preparado para lê-la, o senhor
entende! Abençoe meu
relacionamento com Megan, eu sei
que o senhor nos juntou por algum
motivo, e nos deu aquela experiência
sobre os sentimentos. Perdoe meus
erros, faça que tudo dê certo. Amém. ”
Orara assim George, ao iniciar momento de escrita. Ele passou
quinze dias, cerca de sete horas escrevendo (em cada dia); a
cada manhã, via que o amontoado de papel estava ficando maior.
108
No décimo quinto dia, finalmente o poeta terminou de
transcrever as poesias na formatação de livro com a máquina de
escrever, contou por cerca de quinze minutos, e contou duzentos
e vinte páginas (já com introdução, prefácio, agradecimentos).
Megan ia chegando na hora.
— Olha isso, amor. Meu livro terá duzentas e vinte páginas! —
disse George, empolgado demasiadamente com o feito.
— Parabéns querido, você é muito bom no que faz. — disse
Megan abraçando-o forte, e beijando-lhe as bochechas, em
seguida, George disse:
— A minha primeira poesia foi a ti.
— Fico honrada em fazer parte desta nossa linda história de
amor, quem sabe ela poderia virar um livro, aquela quase semana
que passaram em duas horas, os detalhes daquilo caberiam
muito bem em um livro. — disse Megan, um pouco vermelha por
estar despreparada para as palavras de George, ela não sabia
que a primeira poesia de George fora aquela: Canto à dama.
Ouviram distante uma música muito bonita, era um jazz
romântico, era uma letra muito profunda. Portanto, a letra da
música:
FOR THE LAST TIME
Do not leave me alone here inside,
It is cold; everything is unknown and sad,
Do not walk away, stay a little longer, dear,
I need to meet again to let you go.
If it is to leave you, unfortunately so,
There will be no tomorrow,
I will lose myself once and for all,
109
I will die in the first second,
Solitude will give me peace elsewhere.
Do not leave me alone in here,
At least leave a part of me,
Do not take my joy and life…
Give me back the voice to scream in pain…
At least to guide me through the echoes,
To know that I am aware,
To talk to someone who does not exist,
To imagine that you respond to me, in silence.
A painting of your eyes is stuck
In my mind, and I redesign every word,
Do not leave me accompanied by your death
That says you’re happy in other arms.
Tear me apart at least without scars,
I will let you out of my mind, dear,
Once and for all; one last request:
Do not leave me alone in here.
— Que música bonita, amor! — disse Megan a George.
George ficou um pouco pensativo, pestanejou aflito, e disse:
— Amor, essa letra é minha! Eu escrevi este poema há duas
semanas, como foi parar nas mãos deste cantor famoso?
Quando terminou de fazer a pergunta, alguém na rádio disse:
— Agora, com a palavra: John Wright. Ele vai explicar como
conseguiu encontrar a letra dessa música, que ficou muito famosa
em seu novo disco.
110
— Minha avó disse que estava caminhando e admirando a
paisagem quando avistou um garoto com cerca de dezesseis
anos que estava distribuindo uma espécie de folheto, não sei,
mas continha um poema intitulado Teatro das serpentes, então
resumindo tudo, ela perguntou se ele tinha um livro, e ele disse
que não. Ela o deu um prazo de seis meses para que ele juntasse
seus poemas para formar um livro, então ela poderia conversar
comigo para contatar meu amigo dono da Editora Winston. Ela
mostrou-me este papel com esta poesia, mas ainda não tinha
visto que atrás tinha um poema Pela última vez, musicalizei este
poema perfeito e fiz esta música, que agora está vendendo
demais, junto a meu disco que leva esse nome. Já vendi mais dez
milhões de cópias em apenas cinco dias que lancei, aliás, esta foi
a última música que estava faltando para completar meu disco.
Nosso talentosíssimo poeta deve estar sentado em algum lugar
ouvindo isto, quero dizer-te que vou lhe ajudar a lançar este livro
juntamente com meu amigo. — respondeu John Wright.
Megan estava com os olhos arregalados, quase sem acreditar
sem acreditar, disse emocionada:
— Querido, parabéns, está aí a sua oportunidade!
— Estou sem acreditar no que está acontecendo, isso só pode
ser um milagre. OBRIGADO, DEUS! Posso ser um escritor
famoso! — respondeu George, entusiasmado com toda aquela
situação.
Em seguida, ouviu na rádio um locutor com a voz muito
radiante, para a surpresa de George, estava lendo Teatro das
serpentes, e começara, com toda a entonação dramática, a
recitar:
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TEATRO DAS SERPENTES
Não seja capaz de enganar
Quem não engana a si mesmo,
Nem se autoengane ao achar
Que na mentira existe meio termo.
Não caminhe até o final
Para desistir no começo,
Não prove o que ninguém sabe,
Nem saiba mais que um terço
Da situação que te levará à morte
Na primeira palavra subsequente,
A verdade incontestável e libertadora
É perseguida e jogada na larva ardente.
Larva essa que consome o cérebro
Superficial que em nada se baseia
Além do sofisma da cortina de fumaça
E das massas que rastejam à inveja,
Bela serpente que fala ao ouvido
Palavras doces em raízes de sangue,
Distopia perpétua em olhos errantes,
Que derramam ódio disfarçado de romance.
Em seguida, ele ouve comentários positivos a respeito desse
poema:
— Eu gostei demais desse poema, combina certamente
comigo. — disse uma pessoa, sentada à mesa ao lado.
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“Então estou no caminho certo” — pensou George, com um
leve sorriso, com as suas mãos entrelaçadas nas de Megan, com
um majestoso ar de amor, algo bom e sublime, como se o luar
estivesse tocando-lhes a face, os anjos desenhando sob seus
olhos e o fôlego do futuro estivesse exalando o brilho da tarde
serena, do vento calmo, do andar lento das nuvens; era assim
que estava aquela doce tarde, com George e Megan juntos, de
mãos dadas, olhando para as ondas tempestuosas do mar,
lembrando-se do deserto onde há dias tiveram; daquele enorme
barco, naquele último andar que tinha o modelo da casa que eles
tanto sonhavam e lutariam para ter, para conquistar.

 
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