Diga-me o porquê de tudo
Estar tão complicado assim,
Como se o motivo do mundo
Estivesse plantado em traços
Rodeado de pétalas sem colibri.

Quando o sol se põe
Todos podem vê-lo, distante,
Quando a lua nasce no horizonte
Todos a veem iluminando a noite,
Mas nem todos veem motivos.

Quando o céu está em prantos
As nuvens confortam-no,
Quando a brisa se esconde
O vento nos faz senti-la,
Mas nem todos veem motivos.

Diga-me o porquê de nada
Satisfazer o oceano de alegria
(Que como câncer) deveria se espalhar
No pântano da dispersa agonia,
A presença de um motivo.

Quando as luzes se apagam
A escuridão traz o medo
Do que é desconhecido,
Do que é incerto,
De tudo que está esquecido
E do que não é real.

Quando o para sempre acaba,
Quando o amor transborda
As cinzas do orgulho,
Nem todos veem motivos
Senão os aços do que é confuso.

Diga-me o porquê da vida
Ser tão odiada por todos
Que nem sabem o porquê
De tua existência
Fazer sentido às cicatrizes.

Por que, Deus. Por quê?

Itacoatiara-AM, 11 de junho de 2018.

 
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