É muita estupidez
Não ouvir o que tem pra se dizer,
É tamanha insensatez
Que se interprete o que nada tem a ver,
Por simples cegueira, ignorância constante,
Quem sabe a balbúrdia seja mais importante.
Se me disseres sem nexo
O que achas de mim
Talvez venha algo pré-estabelecido,
Como se a nuvem fosse de algodão,
Como se o deserto fosse uma cidade inteira
Como se a neve não pulsasse em contramão.
Diga-me o que queres ouvir,
Se o veludo da voz não te incomodar,
Talvez a realidade te dê uma ânsia
De voltar ao seu mundo moldado
E dilacerado pelo egoísmo.
Talvez aquilo que te faz bem
Não faça tanto quanto
O aço da verdade que inflama.
Não vá embora ao destino da ilusão,
Ouça-me de verdade e a frase fará sentido…
Não só a frase, como a raiz do verso perdido.
Itacoatiara-AM, 22 de março de 2018.