Com a crença descrente
O amanhecer enoitece,
Com homicídios cansados
A escuridão permanece
Na impunidade viril
Que o leigo oferece.
Revolução em xeque
Descontando a pureza,
Sociedade contando
Com vestígios de beleza,
Mas o caos vem no canto
Na ferrenha frieza.
Desarmam a glória
Com escórias e mentiras,
Fomentam a “cultura”,
Mas tomada de ira
Ou censura à lua;
E a liberdade admira.
A crise constrói barreira
Na área da felicidade,
Enganada há dias
Com populismo da sanidade
Que traz consigo miséria
E ignóbil promiscuidade.
Nossos irmãos sonham
Com dias melhores,
Com noites bem dormidas
Sem choros e dores
Por volta de vários anos
A liberdade chega em cores.
Aos que se revoltam
O que basta é morrer
Na luta para a vitória
E o caminho preencher,
Com certas escolhas
E com frutos a colher.
O genocídio também
Está presente na escola,
Nas lâmpadas do sol
E no presente que assola,
Nos revolucionários terroristas
E nas cinzas da vitrola.
A desinformação chega,
Asfixia o almirante,
O estudante e a ficção
Nas dívidas às estantes,
E nas gotas do destino
Que rompe a êxtase falante.
A lavagem cerebral
Presenteia a estupidez
Desaparecida na distração,
De renúncias à gravidez
Ou à arte sem culto pensar
No que concerne sensatez.
A melancolia descansa
Sob o cemitério vermelho,
Nos ossos alienados
Com reflexo do espelho;
Com sonoras dores da nação
E ecos de dolorido destelho.
Itacoatiara-AM, 09 de janeiro de 2018.