As cordas do violão se cansaram
E estouraram antes mesmo de tocar,
Esvaziando a inspiração dos olhos
Que secaram as lágrimas da melodia,

Que traz a canção daquele dia,
Quando éramos apenas pedaços de um espaço
Triste e esvaziado de tantas estrelas sem brilho
Que de repente expeliram de seus ecos o aço da alegria.

Da dor dos cacos estraçalhados pela emoção,
Dos trilhos inquietos que levam a infinitos destinos.
Quando a luz da madrugada desvirginar o adeus,
Finalmente encerrarei os rabiscos do que não entendi.

Essa força que ninguém ouve se encontra
Na profundidade do que ninguém vê,
Ouça baixinho o que não queres compreender,
Diga em voz alta: o que descobriste ao atravessar a ponte,

Diga com a voz pendurada nas flores acorrentadas,
Solte o que o coração manteve há anos ferido,
Apenas cante o desconhecido do que verás
E abrace a tez da manhã que vem surgindo.

Apenas repita palavras desgastadas,
Palavras se repetem quando são importantes,
Apenas atravesse as profundezas das calçadas,
Apenas atravesse as encruzilhadas derrapantes.

Enfrente as curvas do medo
E certamente não terás dúvidas de como viver.

Itacoatiara-AM, 03 de fevereiro de 2019.

 
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