Está chegando a chuva de concreto,
O sangue das mortes esquecidas,
O fogo ardente das mentiras
E o juízo final das mentes feridas.

O grito da criança estraçalhada,
A dor de uma vida interrompida
Derramará a justiça da raiz amarga
No fel dos destroços da mente distorcida.

A eternidade chegará do nada
Rasgando as vestes da hipocrisia.

Quando o último suspiro
Soar a destruição dos ossos,
Quando não houver abrigo
Além da assombração dos povos.

A água fria acordará a humanidade.
O grito da alma amargurada
Ecoará o preparo cansativo.

Espero que essa longa caminhada
Dê luz aos passos escurecidos.
A eternidade chegará do nada,
O que restará é dor e sofrimento.

Itacoatiara-AM, 22 de agosto de 2018.

 
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