Depois de tentar o intentável,
Usurpar sentimentos roubados,
Contrariar o que estava abalado,
Encontro-me preso na teia impermeável.

Nos traços do acorde imediato
Tentando achar o sentido exato,
Encontro-me sozinho na incerteza imutável,
Sozinho no que me sinto acompanhado,
Imprevisível no que está cercado,
Matando as feridas da dor adorável,
Abrasando o caminho que trilhei.

Entregando-me aos sons que criei,
Manuseando a pena que constrói destinos,
Busquei no mais profundo sentido;
Lá, encontrei o acorde mais infinito
E rabisquei com o giz mais colorido,
Mais experiente que a estrada das águas,

Aliterada e cinzenta morada,
Tece o tempo da primeira amada,
Incendeia as grades daquilo que vem
Com o brilho que mais contém
A beleza da pureza embalsamada.

POESIA!

Itacoatiara-AM, 10 de fevereiro de 2019.

 
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