Com o céu cheio de estrelas
Algo extrai-me a vida.
E eu, de joelhos, implorando,
Gritando e clamando por piedade.

Mas apertaram o gatilho
E senti a vista escurecendo,
Lentamente e agonizantemente.

Nunca fiz mal a ninguém
E esse mesmo ninguém me esqueceu.
Preferiram comentar sobre uma militante
Vinte e quatro horas por dia.

Crueldade e descaso…
Agora estou na paz invisível
De um crime impune
Que só se vê neste país.

O que quero agora
É pedir desculpas pela insignificante
Vida, vendida às migalhas da impunidade…

(Homenagem à Caroline Pletsch, policial morta por
bandidos.)

Itacoatiara-AM, 29 de março de 2018.

 
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