Lembro de ti nas horas escuras,
Nas horas vazias e tempestuosas,
Horas que de tão cansadas desvaiam
As montanhas em infestações impetuosas.

Lembro de ti até nas horas de dor,
Em todos os acordes do deserto vazio,
Do semiárido nordestino às cataratas,
Dos mares ao andar inconstante dos rios.

Lembro de ti até nas gotas das lágrimas,
Nas contraposições aos desgostos do ser,
No contrassenso entre a pureza e a impureza;
Ao ver-te nos céus renova-se o triste viver.

A saudade inflama as feridas do sentimento,
A volúpia constante queima-se nas lembranças;
Lembro de ti no véu, nas sombras do inerte vento,
Na devastação e maré de se ter a fiel esperança.

A razão deforma-se na resiliência cognitiva,
Os cata-ventos viram o vapor que movimenta
Os rabiscos do giz que desenha o reencontro
Entre quem há dias estava remoendo a alma.

Lembro de ti na autoestrada da reinvenção,
Quando encontrar-te-á a minha mente
Senão nos reflexos do distinto trilho
Que traz o amor às armadilhas do coração?

As horas estão inúteis ultimamente,
O tempo jamais voltará para se reconciliar,
Lembro de ti a cada instinto, pensamento,
Espero que isto nunca possa acabar.

Lembro de ti nas horas de esquecer,
Nos segundos de ódio, de alegria, de sofrimento,
Esqueço das inversões ao estares sorrindo
E dos lábios, quando soa um canto de silêncio
E um olhar que confirma que não é ilusão.

Fortaleza-CE, 19 de novembro de 2018.

 
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