Quando o sol tocar meus olhos,
Verei no obscuro do mundo
Aquilo que não pude observar
Quando estava dormindo.
Nas crateras e vácuos do espaço
O pensamento achará a razão,
Quando achar o erro no aço
E nas cordas que prendem a ilusão:
Finalmente estarei liberto.
Tu estarás comigo nas nuvens,
No sacrifício do espaço escurecido,
Na salvação das palavras ditas
Na serena corda do vento esquecido.
O metal dos desertos habitados,
A solidão da felicidade,
A dor da criança morta
Reverberará a crueldade covarde.
A eternidade vê e ouve
O sofrimento acontecido,
Mas no final a tempestade
Trará o eco de sons coloridos.
Lembra-te de quando eras feliz?
Tu fazes o mundo que queres.
Espero que estejas comigo
Na serena caminhada ao eterno.
Itacoatiara-AM, 29 de agosto de 2018.