Sinto-me só,Como se o infinito do mundoCompusesse meu invisível ser,Assim, tristonho, melancólico,Provido do impetuoso quererDe sentir-se menos ignóbil. Sinto-me só,Como se as raízes do pensamentoTivessem presas na via láctea,Em meio à tempestade do ecoQue é tão frágil quanto o oceanoOnde se afunda o resquício de ego. Sinto-me só,Como se as lágrimas que não caemSe encontrassem com as profundezasRasas do oceano dos meus poros,Assim, como se ainda houvesse purezaNa escuridão de meus sinceros olhos. Contudo, sinto-me só,Imprescindivelmente só,Misteriosamente sóComo os fantasmas da humanidade,Que se escondem no subsolo;Temidos pelo medo que invadeOs que estão presos em si Como uma filosofia tolaOnde emerge a desilusão.E, como um bom fantasma,Visto-me da solidão companheira,No desespero incrédulo da palidezIndissolúvel da mente passageira. Sozinho novamenteComo um dia solitário de chuvaÁcida envolta à atmosfera do sentir,Assim, de modo inconsequente,Com o vulto que se isola no frioE deságua na ferida transparente. E continuo me sentindo só,Ligeiramente só,Desesperadamente sóNa rodovia