No peito, há abismos profundos,
Onde segredos se ocultam em meio aos mundos.
São cavernas escuras, repletas de dor,
Onde ecoam os suspiros e a angústia sem cor.
Nesses abismos, há vozes silenciadas,
Gritos abafados, almas despedaçadas.
São fendas invisíveis, mas cheias de intensidade,
Onde se perdem sonhos, amor e liberdade.
Os abismos que habitam no peito são traiçoeiros,
Levam-nos a um mergulho em tormentos verdadeiros.
São labirintos escuros, sem mapa ou direção,
Onde a tempestade dança, sem concessão.
Mas não desanime, ó ser cansado,
Os abismos são espaços que podem ser desbravados,
Com coragem e força, encontra-se a luz,
Eufemismos em caminhos de paz e cruz.
Atravesse-os com olhos de esperança,
Com a força nas pontas da lança
Dos mais breves e intensos medos,
Despertando os íngremes desterros.
Pois é na escuridão que brilha a luz mais pura,
E nas feridas abertas, a cura mais segura.
Os abismos que habitam no peito são a prova,
De que é possível encontrar descanso à curva.
Não temo os resquícios que se mostram,
Encarando-os de frente, ainda que assombrem.
Pois em cada queda e ascensão nessa travessia
Há ainda uma camada da mais esbelta poesia.