Há uma rosa em cada verso que escrevo,
Cada vez que me perco no pensamento,
Cada vez que lembro de ti como um trevo
Na tempestade do mais feroz sentimento.
Há um véu turvo em meus olhos pálidos
Que não me permite esquecer dos teus,
Há uma gota serene no horizonte cálido
Que reflete teu rosto como um adeus.
Mas por um acaso do destino injusto,
Em outro amor já encontras conforto,
Em outros braços ancoras teu busto
Num ínfimo soar de ternura.
E eu, abjeto diante à loucura,
Lanço-me ao lago platônico e invisível
Das armas engatilhadas na mente;
Do sentir incólume, porém sensível.