Na tabacaria sombria e quieta,
O homem solitário, triste e bêbado
Ouve conversas em silêncio, inquieto,
Envolto em uma névoa de passado.

Seu olhar distante, perdido no vazio,
Revela uma tristeza profunda, infinita;
Enquanto as pessoas ao redor, sem desvio,
Não conseguem decifrar sua calma aflita.

As palavras que surgem à sua volta,
São apenas ruídos distantes, sem sentido,
Pois sua cor é silente, uma batalha solta,
Que ele enfrenta em um mundo esquecido.

A cada gole, o sentir se aprofunda
E o peso da existência se faz presente,
Mas busca fugir dessa vida imunda,
Buscando uma fantasia mais coerente.

Nas asas da embriaguez, ele se lança
Para uma realidade que não existe;
Lá onde a dor e o sofrimento se cansam,
Encontrando um refúgio que existe.

Mas na tabacaria ele esconde seu lamento,
Enquanto a fumaça envolve seu corpo
E os suspiros se perdem no tempo,
Como um eco abafado, quase morto.

O homem solitário, triste e bêbado,
Guarda suas angústias em silêncio profundo,
Na busca incessante por um alívio temporário,
E na melodia, perde-se em tudo.

E assim ele vive, entre o real e o imaginário,
Onde o sofrer é suportável, de maneira intensa;
A tabacaria é seu porto solitário,
E a nuvem, sua mais amarga recompensa.

 
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