A quimera de teu amor perverso
Está presente na imensidão do abismo,
Dilacera-me o semblante em eufemismo
Como se tivesse reconstruindo o universo.

Está presente nas estrelas escuras,
No cálice dos seres que habitam no ar,
No meu peito que, de tanto acelerar,
Ao ver-te nas miragens impuras,

Até diminui seu ritmo mais adverso
Como se inexistisse no vasto mar
Da solidão de amarga lisura.

Mas que em receio do sentir imerso
Há uma camada de ilusão no luar
Que lhe conforta a triste ternura.

 
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