Um sentimento explode em meu peito,
Enigmático som de outono nas vestes do ar
Inunda o ser que resiste no leito,
Anseio envolto ao invisível luar.
Ternuras silenciosas da noite,
Murmúrios gritam à janela do olhar,
Afã é a alma que tem o açoite
E o gosto de saudade a pulsar.
Instintos trafegam na imensidão,
Uma armadilha a aprisionar
O que resta da tímida razão,
Da doce voz a acalentar.
Vens a mim como delírio do céu,
Sente-se à mesa das estrelas,
Recorte-me em versos de mel,
Queime-se em sua própria impureza.