Moça, teus olhos são labirintos,
Teu corpo é fonte escultural
De todo desejo que habita em mim.
Sem descanso, assim, de modo intenso:
Irracional, selvagem, sem fim!

Sorris para mim sem descrição,
Teu toque é como o ácido de Vênus,
Hipnotiza-me como um louco;
Vens a mim num grito rouco
De um sonho perdido na ilusão.

Ah! Moça misteriosa, decifro-te
Em cada gesto, cada emoção,
Como se fosses um cálice
Que encontrei no submundo
De meu dorso em devastação.

Vens a mim, meu corpo punge
Com milhões de pensamentos
Que nem sequer posso controlar,
Bem como não podes aos sentimentos
Que nem sei se existem, ou se estão no ar.

Escrevo-te em silêncio, na certeza
De que minhas mãos enlaçarão
O brilho dos teus cabelos longos;
Mesmo que na miragem da solidão,
Mesmo que no fim da estação.

A delicada rosa perfuma os campos,
Ora menina, ora mulher, ora Monalisa;
Ora a intrusa de meu subconsciente…
Vês que há uma loucura que eterniza
Este encanto profundo e inconsciente.

 
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