Textos Escritos Quando Me Perdi Nos Teus Olhos é a décima obra de Abraão Marinho e contém cartas, poemas e crônicas de suas vivências e observações pessoais.

Este livro foi feito para os seres apaixonados, mas que de alguma forma não deixam se levar apenas pelas emoções, e que tentam sempre manter a razão acima da emoção para que preservem sua estabilidade neural. Os textos em geral são mais curtos para que a leitura seja proveitosa.

É difícil não se identificar com algo, pois algumas situações descritas são corriqueiras no cotidiano.

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Capítulos

Carta a um novo alguém

Se ando desacreditado, perdoe-me. É que costumava acreditar em tudo que me diziam, sem notar que muitas das vezes era manipulado da maneira mais impiedosa. Se ando triste, é tão normal quanto o calor do sol nas manhãs de verão. Sou triste porque existo, sou solitário porque não me encaixo em grupos, nem tampouco em conversas superficiais para agradar a todos. Se ando calado, é porque estou pensando, e se há espaço a ti nesse pensamento é porque és importante. Não há um porquê, somente um jovem se reerguendo apesar de tudo. Sequer me conheces, então procure pensar menos sobre o que posso fazer. Dê tempo ao tempo, assim como observo suas atitudes. Palavras são apenas palavras… Posso me despedaçar em alguns pedaços, mas sempre conseguirei juntá-los para seguir em frente. Confesso-te que quero te conhecer melhor, mas não façamos com que as coisas se tornem difíceis, e principalmente: não

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Recomeços

Se ficarei guardado em teu coração? Não sei! E para ser sincero nem me importo com a sensação de estar presente nos pensamentos de alguém, de ser motivo de saudade, ou qualquer outra desculpa dita após não teres achado alguém que julgas melhor. Se te distancias, não sou eu quem vai ser tua sombra, inflar teu ego com emoções de um louco apaixonado. Nem tampouco devo saber como estás, o que anda acontecendo, ou qualquer outra desculpa para tentar aproximações de qualquer maneira. A todo homem é importante o aprendizado de não ceder aos instintos, de não ser prisioneiro de si mesmo, de não ser acorrentado pela libido. Pensando no futuro, distancia-te como queres, por tempo ou reflexão, e eu te darei a eternidade para tal. Se eu aparecer por um acaso no reflexo de tua janela, ou se me vires bem sem ti, não é um fingimento. Há prioridades

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Epílogo

Almas do deserto, do deserto de solidão,Do desterro que me vem na manhã,Nas longínquas possibilidades enterradasSobre o vale triste, indescritivelmente afã,Que se debruça sobre toda alvorada. Vou caminhando, sem rumo, nas rochas,As pedras tropeçam pelo airoso caminhoQue me restringe os mais abruptos passosReprimidos pela imensidão e pelo calorIndissolúvel das águas dos moinhos. A sequidão da floresta se assemelhaÀ escuridão da mente, ao inebrianteBrilho que ofusca toda consolaçãoQue me vem em dias adversos,Que me vem em horas de devastação. Mas continuava a caminhar pela linhaTênue e abstrata das nuvens invisíveis,Sentindo os ventos se esgueirarem nos céus,Que me abraçavam em formatos hexagonais,Tornando-me seis partes desoladas e desiguais. Cada parte era uma história, uma melancoliaObtusa, imprescindível nas horas de dúvida;Uma obscura sensação de saudade,De momentos esparsos, mesmo queNo subconsciente presente na tempestade. Uma batida forte na mesa suja dos bêbadosSem expectativa nenhuma de vida:— Qual vai ser o seu pedido, poeta?Ao olhar o

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Ponto final

Quando perguntei a mim mesmo quão profundo era seu amor, vi-lo inexistente. Quando te vi tão distante de mim, já sabia que estavas tão perto de outro alguém. Alguns detalhes passaram despercebidos no momento de cegueira, mas estavam ali no subconsciente, de modo que refletiam no deserto de meu vazio. Sentir-se só tendo companhia, ainda mais a que em teoria deveria ser sua outra metade, é mais desgastante que estar só por natureza. Nestes momentos reflexivos, aprendi várias lições, até que o ponto final deu início à vida.

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A escadaria

Se a fase da paixão for rasa a ponto de destacar apenas os atributos físicos, o que será do resto? Se a culpa dos próprios atos for creditada às ações do outro, seria autodefesa ou uma quebra dos próprios valores por vingança? Se o autocontrole não existir, como existirá equilíbrio entre seres contrapostos? E se as dúvidas gerarem um silêncio insustentável, criando assim paranoias intermináveis? Há uma balança que divide os pensamentos e as palavras, e às vezes é difícil balanceá-la com cautela. Ações e reações tornam-se armadilhas quando sempre solicitadas aos ataques mútuos afim de que um ego se destaque mais. Assim, uma escadaria é formada, distanciando cada vez mais estes seres contrapostos. Essa paixão, por sua vez, muita das vezes acaba em ódio, porque não houve controle na fase inicial, às vezes alavancando etapas imprescindíveis para que a conexão não seja ilusória. A escadaria também tende a representar

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Passado

Se estás confusa e precisa de um tempo, fique à vontade para seguir a vida sem mim, pois se essa confusão na sua cabeça te faz crer que devas tentar algo com o substituto, não quero ser reserva temporário nesse jogo. Preencha-te de seu próprio vento, e agora apenas me procure no passado…

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Milímetro

No milímetro que nos separa cabem todos os abismos, já dizia o grande Carlos Drummond de Andrade. E não estava errado. As pessoas costumam complicar coisas simples, e acabam criando versões paralelas das situações ocorridas nos seus pensamentos, conduzindo as relações a um milimétrico abismo. Pessoas que sempre se sentem vítimas costumam apontar vilões. Seus vilões internos lhe tapam a visão, não veem erros em si e tudo de ruim que acontece é culpa do outro. Muitas não sabem lidar com seus traumas e sempre inventam histórias mirabolantes, quase tornando-se uma Clarice Lispector, com um tom mais apurado de drama e tragédia. Estes milímetros formados pela comunicação (ou falta dela) geram inúmeras confusões. Qualquer um pode se lembrar de alguma vez ter dito algo e de ter sido interpretado de maneira contrária. Os subjetivos sofrem nessa história!

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Medo versus cautela

Quando o medo nos rodeia, cria-se a indecisão e, automaticamente, o distanciamento entre as almas. Isso enfraquece a conexão que nasceu tão linda e natural. Cautela é diferente de medo, pois nestes significados que até se completam em partes, um condiz a um certo cuidado, observação mediante às situações; outro condiz com interpretações irracionais mediante às vivências passadas. Racional e irracional, eis os polos inversos. Em um polo, você analisa fatos; no outro, você se emociona com teorias. Há um pouco de cada em todos os seres, porém cada um deve ter controle dos mesmos. Pertença a si mesmo antes de pertencer a alguém, não em tom de falso empoderamento, mas de modo que suas interpretações corroborem minimamente com a realidade. Como vais permitir que outra pessoa te conheça se nem você se conhece? Uma ironia tão grande, mas tão presente na sociedade. Quando se entende o conceito de Medo

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Os olhos

Os olhos são meu grande fascínio de poeta. Faço de tudo para entendê-los, admiro sua comunicação não-verbal e os encorajo a tentarem adivinhar o que os meus estão a dizer, mesmo que de modo tímido. Gosto do olhar submisso, aquele quando a pessoa fica sem reação quando é flagrada no contato visual, e se entrega aos instintos, sem saber o que fazer naquele momento. Gosto do modo em que acompanha o sorriso, e do modo em que brilha quando algo lhe agrada. Quem comete o pecado de não gostar dos olhos? Quem nunca se atentou à icônica frase “The eyes, chico, they never lie”? Realmente, os olhos nunca mentem. No mel daqueles olhos ainda me lembro atentamente a palpitação de minha pele. Eram vampirescos, eram sublimes de modo natural. Em sua neotenia havia o mais alto encanto que eu poderia imaginar.Olhos castanhos são obra de arte, e há quem os

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Lei do poeta

Se me dissessem logo no começo que está na clausula pétrea da lei do poeta ‘sofrer com seus diferentes personagens’, juro que não acreditaria até vivenciar. E mesmo depois de vivenciar, acreditaria que o problema está nas idealizações, não nas diferenças gritantes entre duas pessoas. Bem como não acreditaria que tudo é intenso, tudo é motivo para desabafos em texto. Sempre tem uma vivência a ser escrita, os gritos internos sobrevoam a alma e precisam ser digeridos para que não se sintam ameaçados, desgastando tudo por dentro. O poeta é visto como dramático, mas o erro é achar que intensidade é sinônimo de drama. Interesses são intercalados, e pelo subjetivismo de suas palavras, quase nunca são compreendidos. A cada figura de linguagem, um sofrimento diferente. A cada estrofe, infinitas emoções que não podem ser interpretadas. O poeta racional tem filosofia, o poeta irracional tem ilusão; o que tem filosofia e

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