Textos Escritos Quando Me Perdi Nos Teus Olhos

Textos Escritos Quando Me Perdi Nos Teus Olhos é a décima obra de Abraão Marinho e contém cartas, poemas e crônicas de suas vivências e observações pessoais.

Este livro foi feito para os seres apaixonados, mas que de alguma forma não deixam se levar apenas pelas emoções, e que tentam sempre manter a razão acima da emoção para que preservem sua estabilidade neural. Os textos em geral são mais curtos para que a leitura seja proveitosa.

É difícil não se identificar com algo, pois algumas situações descritas são corriqueiras no cotidiano.

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Capítulos

Conexões

Eu não fazia ideia de que seria tão difícil gerar conexão com alguém, e que por isso, bastaria a mim continuar exercendo o direito de continuar sendo o rapaz calmo, tranquilo e solitário. Talvez essa solidão que tanto insisto em ter seja por motivos óbvios não ditos à luz do dia: sou sozinho não porque quero, mas porque não encontro na maioria das pessoas o mínimo para que eu continue a tentar interações sociais fora do contexto de educação. Há diferentes maneiras de interpretar o fato de ser sozinho. Às vezes, estar sozinho é estar acompanhado de uma pessoa vazia, e que por mais que a mesma tente se aproximar, acaba distanciando-se ainda mais do interesse genuíno. Há dias encontrei alguém que, no começo, achava que realmente valeria a pena tentar avançar algumas etapas. A distância precede o adeus, assim como a frieza precede o desinteresse. Não estarei aqui quando

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Atitudes

Não sei se ainda tens a cinza do que restou de nós, mas sei que a saudade ainda persiste em estar aqui, sempre incomodando, sempre se fazendo presente nos dias mais solitários… Na melancolia dos teus olhos tudo fica perdido. Lembro-me até hoje do labirinto deles, e de como eu jurava tudo era verdadeiro… até que sumiste como se nada tivesse acontecido. Foi aí que percebi que palavras são apenas palavras, e que silêncios revelam tudo que está oculto, e que o olhar não mente, assim como as atitudes.

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Ao anoitecer

Dizes sentir saudades, mas de quem: de mim, ou do que acreditas ter perdido do meu possível futuro? Das experiências do que vivemos, ou das possibilidades do que poderia ser acrescentado? Sumiste como o sol em um dia nublado, quando percebi já não estavas aqui por perto, mas tão distante que nem se eu conhecesse todo o universo e pudesse percorrê-lo na velocidade da luz, poderia te encontrar, assim, sem pretensão nenhuma. Sinto sua falta, mas não me arriscaria a enveredar pelo caminho apocalíptico da paixão. Vens a mim apenas nos pensamentos, continue a vir nos doces sonhos, talvez tão doces quanto os reais. Quero me embriagar em teu álcool, quero me entorpecer novamente em teus beijos, mas sem correr perigo, apenas na imaginação. Se és dama do mundo, não sei, mas no meu mundo coubeste muito bem, até nas loucuras mais comuns. Cada um no seu caminho, como tudo

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Metáforas

Às vezes me sinto tão perdido nos milhões de caminhos existentes em minha cabeça que, apesar de me sentir vivo, é como se um vazio quântico compusesse meus instintos. Esses instintos preveem o ambiente cósmico de minha alma, e há em cada milissegundo um som catastrófico no pôr do sol. Abismos revestem o horizonte, gritos internos perfuram o ar e as estrelas brilham no céu do obscuro. Sonho acordado, e até me alegro quando o irreal se torna uma provável realidade. Às vezes é bom que as lágrimas inundem o peito para que o mesmo seja regado de alguma maneira. Ao estar perdido nesses caminhos que sequer inventei, o futuro é a dúvida que mais corrói minha camada ilusória de alegria. Dizem que sou louco, mas não entendem que para ser louco precisa estar sóbrio, mesmo que sóbrio o suficiente para ser triste. Mesmo que as estrelas compusessem a trilha

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Amor que inventei

Como que me tensCom este teu singelo olhar?Como que me vensA cada noite acalentarEsta vil paixão presenteNo luar deste coraçãoQue está a chorar? Como que me queresSe estou perdido assim?Como que me prendesEm tua imensidão sem fim?Amarga ilusão presa a teu caisComo se fosse um sentimentoDe adeus ou nunca mais. Cantarei junto aos delíriosDestes doces lábios teus,Juntarei meus mil pedaçosE então te entregarei,Mas ciente que agoraJá não mais existirei,Somente o amor que inventei.

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Desvarios

Deito-me não por um só instante, extasiado pelas lamúrias da penugem de meus trapos estilhaçados pelo chão, à mercê de meus demônios tenebrosos, junto aos cacos inertes de meu coração, covarde, concatenando às cinzas seu pudor miserável e triste; e sem a mínima vontade de continuar vivo, esboça-me ao chão como um sinal. Sinto como suor da agonia, minha sombra agoniada nas paredes do quarto frio e escuro: estilhaçado, esbranquiçado como uma pena branca do pássaro servil, da morte branda que assenta a névoa do espaço. Sentado à cama, à janela, um leito no horizonte, hórrido, atordoante como o laço confuso da vida, como uma mensagem de um bêbado na fumaça de cigarro; como a esperança da meretriz em ser única em tantos braços. Sinto-me triste, desconexo, como se fosse feito em migalhas do que não sou. Hei de ser o que desejo? Hei de confortar-me com o que tenho?

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O poeta solitário

Serei sempre a lembrança de algo que poderia ter acontecido, o verso da versão mais bonita de um poema inacabado, as lágrimas de um dia nublado com as cinzas do pôr do sol na rodovia do silêncio. Serei sempre um beijo regado pela flor do mel invisível, o garoto solitário que se enche dos próprios vazios que são mais profundos que o alto-mar da tristeza; sempre revestido dos mistérios que nem sequer são secretos, apenas sublimes. Serei sempre aquele poeta que traduz almas, mesmo que elas não tenham vontade de existir e que estejam projetadas no interior de seu sofrimento; eis que esse sofrimento também habita na alma de quem entende o outro, mesmo que o outro não se entenda. Há uma ríspida vertigem em teus olhos, nos olhos solitários de meus sonhos. Há no incolor das nuvens, no gosto insípido das águas, a doce amargura de um museu fadado

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Não te apresses

Não te apresses para encontrar o amor, nem para que o outro sinta o que sentes. Não te apresses a ponto de criar barreiras entre duas almas que minimamente se conectam, às vezes por acaso. Não te confundas, paixão não é amor, e amor não é emoção, e emoção não é realidade. O estado de espírito que a paixão causa faz com que flutues nas rosas do ar, faz com que borboletas trafeguem no calor sublime de todos os órgãos do corpo. Às vezes faz com que o subconsciente insista em trazer a pessoa até mesmo nos sonhos, constrói planos mirabolantes em milissegundos. Mas não te confundas, amor não é nada disso. Tudo que te deixa irracional é perigoso, tudo que se faz presente no idealismo pode te frustrar quando o prédio desabar e os restos dos escombros se arremessarem às tuas costas. Se há um vazio em teu peito,

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Imensidão

Não, não vens a mim nessa ilusão,Neste sentir desesperado,Dilacerado a uma emoçãoQue é só do coração. Ah, não quero que venhas assimCom seu olhar tão abstratoA acorrentar desejo em mim,E por fim: Vai, nova estação, meio sem jeitoE traz a razãoQue chora dentro da imensidão.Imensidão…

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Sentimentos dispersos

Vestígios e mais vestígios de nossos dias, tantos que nem sei se há parte disso nos seus também. Lembra-te ainda de algo? Escrevo-te isso sem nem saberes ao certo o porquê, sem nem saber se irás ler algum parágrafo desta saudade manuscrita. Lembrei-me de seus olhos ao acordar, e não consegui mais enxergar meu reflexo como se ainda existisse em certas lembranças. Não chega a doer, mas só te escrevo em silêncio o que não quero interromper com palavras: sentimentos dispersos por alguém que não conheço.

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