Milhões de mim
Há milhões de mim em lágrimas que não caem,E a cada esquina, há versões minhas que esqueço.Há uma sutil treva sobre as luzes que atraemOs caminhos enraizados do que desconheço. Às vezes, por pensar demais, perco-meNas inertes doses letais do que inventei.À noite, há retalhos meus nas nuvens,Há imagens suas nos estilhaços que juntei. No silêncio da noite fria de inverno,Há uma diminuta voz muda e triste,Uma singela sombra sobre a escuridãoA refletir sobre o sentir que inexiste… E nesse momento, há milhões de mimNo pranto da chuva, no luar incolor.