Se me dissessem logo no começo que está na clausula pétrea da lei do poeta ‘sofrer com seus diferentes personagens’, juro que não acreditaria até vivenciar.

E mesmo depois de vivenciar, acreditaria que o problema está nas idealizações, não nas diferenças gritantes entre duas pessoas. Bem como não acreditaria que tudo é intenso, tudo é motivo para desabafos em texto.

Sempre tem uma vivência a ser escrita, os gritos internos sobrevoam a alma e precisam ser digeridos para que não se sintam ameaçados, desgastando tudo por dentro.

O poeta é visto como dramático, mas o erro é achar que intensidade é sinônimo de drama. Interesses são intercalados, e pelo subjetivismo de suas palavras, quase nunca são compreendidos.

A cada figura de linguagem, um sofrimento diferente. A cada estrofe, infinitas emoções que não podem ser interpretadas.

O poeta racional tem filosofia, o poeta irracional tem ilusão; o que tem filosofia e ilusão acaba por acrescentar a solidão em seus dias. O motivo? Como há equilíbrio, esse tipo mais metafísico se valoriza a ponto de não buscar amores rasos e não recíprocos.

Logicamente, a lei dos poetas, em seu inciso terceiro, prevê que mais de 90% das paixões não serão correspondidas. Tendo em vista a sociologia desse contexto, só os escolhidos terão a opção de rejeitar corações.

 
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