Às vezes me sinto tão perdido nos milhões de caminhos existentes em minha cabeça que, apesar de me sentir vivo, é como se um vazio quântico compusesse meus instintos.
Esses instintos preveem o ambiente cósmico de minha alma, e há em cada milissegundo um som catastrófico no pôr do sol. Abismos revestem o horizonte, gritos internos perfuram o ar e as estrelas brilham no céu do obscuro.
Sonho acordado, e até me alegro quando o irreal se torna uma provável realidade. Às vezes é bom que as lágrimas inundem o peito para que o mesmo seja regado de alguma maneira.
Ao estar perdido nesses caminhos que sequer inventei, o futuro é a dúvida que mais corrói minha camada ilusória de alegria. Dizem que sou louco, mas não entendem que para ser louco precisa estar sóbrio, mesmo que sóbrio o suficiente para ser triste.
Mesmo que as estrelas compusessem a trilha para esse futuro, e que as constelações o previssem, iluminando-o para que se encontre sem que haja rupturas, ainda assim elas existiriam para que as loucuras estivessem presentes.
Às vezes estranho o fato de que praticamente ninguém entenda metáforas, mas como entenderíamos as metáforas se não vivêssemos baseados nela, e que para que as dores diminuírem, parte delas seriam a cura?
Palavras costumam ter poder, mas velá-las pode ser perigoso a ponto de acreditarmos que sua doença seja a cura, e que seu erro perpetue seu engano…