Será que pensas em mim como penso em ti? Há horas que te esqueço, mas à noite, às vezes, parece que me invade o pensamento.
Sinto uma energia tão densa quanto as larvas de um vulcão, sinto uma sincronia tão assustadora quanto os mistérios do oceano; sinto que, por mais que tente te esquecer, sempre existirá um resquício daquilo que nunca aconteceu de maneira real.
De modo que essa tua presença furta minhas energias, furta as imaginações, destrói a racionalidade que lutei tanto para construir, mesmo que parte dela.
Tento acreditar que isso não é real, que mantenho essa chama acesa, mas não. Às vezes é coincidência do destino algo que nos conecte um ao outro, mesmo que só eu perceba isso e me veja completamente envolvido numa mentira ilusória.
Parti-me em dois para juntar-me em um só do que não existe em você. E nisso, em busca de encontrar algo, perdi-me no abismo de seus olhos e congelei no fogo do seu coração.
Desde aí passei a te enxergar em vários lugares, como uma esquizofrenia que não tem cura, e haverá uma forma de fugir dessa armadilha?