Desde o momento em que te vi pela primeira vez, meu coração ficou acelerado e nem sequer me dei conta do que estava acontecendo. Uma mistura de timidez, nervosismo e ansiedade. Aquele vestido preto realmente realçou sua beleza e me lembro de tentar decifrar seus olhos que pareciam demonstrar tristeza e sensualidade.
Ao tocar sua pele, senti um arrepio interno e pude perceber que você também sentiu e nem sequer tentou disfarçar: a leve mordida nos lábios, as mãos nos cabelos afim de deixar o pescoço exposto, os leves suspiros a cada toque no rosto e um leve tremor depois do primeiro beijo. Quando finalmente pude sentir a leveza dos teus lábios, toquei firme em teu quadril, enlacei teus cabelos e suspirei bem perto do teu ouvido.
Depois me perdi em teus encantos e passei a criar milhões de cenas em minha cabeça. Ouvi suas histórias, automaticamente nos conectamos de uma maneira tão rápida e profunda que dava a entender que já nos conhecíamos há muito tempo; quem sabe, caso exista a possibilidade de outra vida, não nos conhecíamos na mesma, talvez.
Ficava imóvel, parecia um sonho. A forma de seu charme quando sorria com timidez, encolhendo os ombros, olhando para baixo com a mão no rosto; a forma que sua voz calma abrandava meu coração; a forma que eu me sentia tão bem em teu abraço, encaixando cada parte nossa como se fosse um quebra-cabeça; a forma que você desviava o olhar por não aguentar a energia e a tensão enorme dos meus.
Lembro-me de cada detalhe daquele sábado. A noite parecia mais bonita, o luar parecia maior. Não sei se era impressão minha ou o êxtase de ter sido extremamente, indiscutivelmente laçado por teu encanto de mulher sedutora. Alguma coisa na tua forma de ser aguçou minha curiosidade e foi um complemento à minha solidão.
Àquela altura, senti bem no fundo da alma que eras tão triste como eu, e que provavelmente, em determinadas horas do dia, apesar de ter bastante conhecidos, nenhum era capaz de suprir sua tristeza. Talvez por isso estavas sentida pelo fato de seu amigo ter voltado com a ex.
Confesso que senti certa desconfiança na hora e cheguei até a pensar que procuravas em mim uma forma de aliviar a “perda” da companhia desse amigo, e até me perguntei se já tinha acontecido algo entre vocês, ou se querias que tivesse acontecido.
Bom, conectando-me um pouco mais depois, pude perceber que, talvez, essa teoria não é a certa, mas sim que seu enorme vazio precisa ser compartilhado com a companhia de alguma pessoa que te entenda e que te conforte nos momentos mais difíceis.
Contudo, nesse mesmo sábado o clima foi esquentando e uma energia sexual tomou conta de seu corpo, e pude te penetrar alguns segundos na iminência de sermos descobertos por alguém. Senti-me em outra dimensão, e na despedida, percebera que eu estava “esquisito”, olhava-te fixamente como se tivesse em uma viagem astral. Pensaste que havia algo de errado contigo por eu estar assim, mas não houve erro, só estava tentando decifrar o que acabara de acontecer, e tudo foi extremamente intenso.
Recordo-me que nessa madrugada nem sequer consegui dormir direito, o pensamento estava voltado nessa pessoa incrível que tive a sorte de conhecer um pouco. Não sei se o destino nos uniu, mas naquela noite meu corpo estava em choque, totalmente entregue aos desejos e pensamentos mais obscuros da libido humana. A curiosidade, a forma que fui instigado, levaram-me às possibilidades do que viríamos a concretizar no outro dia.
Já no outro dia, não via a hora de vê-la novamente, ainda mais ao saber que provavelmente seria seu último dia na cidade. Estava ansioso para sentir seu corpo bem colado ao meu novamente, de modo em que nos uníssemos em apenas um ser, como uma fusão de almas não se conectam por acaso. Almas não se conectam por acaso? Disso não sei, mas queria sentir isso na pele.
Deu-se o horário do novo encontro, e novamente estava lá aquela linda moça de um metro e setenta e seis, cabelos longos, ombros largos, cujos vinte oito anos de vida foram resumidos na evolução de uma mulher extremamente atraente, podendo ser comparada a uma feiticeira, uma sereia das entonações vocais adocicadas de modo a hipnotizar quem lhe entende.
Paramos num local isolado e calmo para trocarmos algumas ideias. Novamente sua presença me fez um bem inigualável, e depois de um tempo já estávamos entregues à volúpia de nosso calor. Fiz-lhe um convite e resolvemos ir a minha casa para termos um contato mais íntimo. No caminho, estava quase tendo um ataque cardíaco.
Chegando ao quarto, a sós, comecei a te tocar lentamente afim de que se entregasses a mim de maneira firme, submetendo-se à entrega de um prazer inesquecível. Depois de algumas carícias e beijos intercalados com leves mordidas no pescoço e puxões de cabelo, desci um pouco mais e provei seus seios firmes e macios, totalmente enrijecidos pelo fogo do momento.
Quando provei seus grandes lábios, possuíam o gosto de fêmea no cio, sua respiração estava totalmente ofegante e aproveitei esse momento para te tornar totalmente submissa, deixando-te totalmente indefesa diante ao meu sentido predador, penetrando-te profundamente. Agarrei-me aos teus cabelos para não fugir do teu galope e senti que estavas completamente preenchida.
E eu me senti em outro mundo, senti-me tão especial, avistando estrelas sem ao menos estar no espaço. Teus lábios doces de veludo engoliam meu pedaço de carne com uma fome tão grande! Uma sensação diferente, milhões de estrelas em minha cabeça, uma espécie de convulsão elétrica entorpecia nossos corpos, até que aconteceu seu primeiro orgasmo, em mistura a um gemido tão gostoso de ouvir!
Dentre falas amorosas, conectávamos da forma mais íntima possível, como se, finalmente, fôssemos apenas um ser dentre duas misturas feitas uma para a outra. Nosso momento de paixão ardente, a umidez do seu mel, a gota de suor dos nossos poros eram parte dos detalhes que dificilmente sairão do nosso pensamento, das nossas lembranças.
Depois de tempos, depositei várias gotas de leite em sua garganta, e alimentada, deitaste cansada em meus braços, sentindo o ápice da nossa conexão. Alguns minutos de conversa e me contaste várias dificuldades pela qual passavas, pensamentos suicidas, tristeza profunda… abraçou-me e chorou impiedosamente nos meus braços.
Em silêncio, apenas procurei entendê-la, disse-lhe coisas que com certeza irás lembrar nos momentos difíceis. Fui um ombro amigo e realmente quis te passar a maior segurança possível, olhando bem no fundo dos seus olhos e dizendo-lhe que não se aflijas, que tudo há de ficar bem. Costumo ser firme nas palavras que dou, e deixei bem claro que enquanto estivermos juntos, nunca se sentirá abandonada, ou que não era para se sentir assim.
Eu sei que isso não sairá da sua mente tão cedo, e também não sei o que o destino tem a nos oferecer, mas gostei da experiência que tivemos, da forma especial em como tudo aconteceu. Almas não se conectam por acaso? Eis uma pergunta que só o tempo poderá responder.
27/01/23, às 15:20