Talvez deva te escrever nesta noite
Com os versos mais puros do luar,
Com as flores presas no vasto ar
Da saudade que me vem como açoite.
Talvez deva te encontrar na solidão,
Nas paredes geladas do quarto escuro,
Nas cinzas do pensamento mais impuro
Que me vem em silêncio, sem descrição.
Talvez deva te esperar num futuro
Onde realmente exista um mar
Que me leve à tua intensa emoção.
Talvez este sentimento fúlguro
Esteja asfixiado em teu vil olhar,
Pelo pranto que me vem em vão.