Quem me dera ser Vinícius,
E fazer morada em seu coração.
Quem me dera ser Jobim,
E te dar o tom de cada manhã.

Quem me dera ser Camões
Pra esquentar nosso amor.
Quem me dera ser Manuel
E fazer-te minha estrela da manhã.

E se eu fosse como Neruda,
E te quisesse como o calor do frio?
E se eu fosse Cazuza, e exageradamente,
Roubasse todo o seu lindo sorrir?

Seria como Fernando ou até mais,
Seria a pessoa que no abismo, acharia uma paixão.
E em vez de corpo e alma, seria como Drummond,
E te faria o ofício da minha emoção.

Quem me dera ser Gonçalves
E um dia, desfrutar sua formosa terra.
E de repente, como Shakespeare,
E de amiga, fazer-te minha flor mais bela.

Ou então como Djavan,
E em seu oceano desaguar fervor.
E talvez se fosse um militar,
Prender-te-ias em minha canção.

(Ou melhor, um político,
E te roubar de vez ao meu coração.)
Embora esteja longe de ser alguém,
Conformo-me em respirar poesia.

E que em cada dia passado
O raiar do brilho transparece a melodia.
E de repente sou alguém,
E nesse alguém a ilusão se vai.

Portanto não mais iludido,
Mas sim, tornando-te minha paz.

 
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