A ferida transparente
Está visível no luar
Da hipocrisia prepotente
Que domina num lugar.

O desespero e aflição
Estão no fundo do mar
Dos raios de antemão
E das cinzas do olhar.

A mentira sobrevive
No enterro da verdade
E no holocausto que vive
À custa da sociedade.

Ditadura às escuras
Com desordem similar
E impiedade às curas
De uma ordem militar.

Quando a voz tiver força
E a cultura for culta,
O honesto, patriota,
Nada mais terá fuga.

Dois lados ardilosos
Caminham à esquerda
E na falsa direita, os destroços
Do universo que festeja.

Costumes mesquinhos
Completos de contradição
Com pássaros sem ninhos
E águas sem divisão.

Quando houver inteligência
De voar com próprias asas
Haverá a feroz independência
Sem abrangências furtadas.

 
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