Com a correria da manhã
A tarde se isola na praia,
Em gritos desmaia
Para repousar amanhã.
Nesta tarde pondo ao fim
O tempo liberta paradoxos
De nuvens abraçadas a fim
O céu nos restos e destroços.
A maciez toca na frágil pele
Com tons de simples vendavais,
Com emoção de forças entregues
Ao balanço do mar em carnavais.
Aliás, pessoas navegam no ar,
Como se o abismo fosse amigo,
Mas, prefiro apenas voar,
E no andar, procurar abrigo.
Rajadas perfuram o consciente
E o inconsciente se vê perdido,
Achando o fim, no oriente,
Passando em raios despercebidos.
Ouço no meio do horizonte
O sol escurecendo a vida
Para que ela desaponte
A mente escura e sem saída.
Itacoatiara-AM, 14 de janeiro de 2018.