Se há o que temer no infinito,
É quando ele dura para sempre
E leva todo meu amor e carinho,
Deixando-me desesperado e prepotente.
Se há o que desesperar no infinito
É no esperar que nunca existira;
No despertar que comumente,
Mente e nos faz pensar no triste
E às vezes parar em muitas mentiras.
Se há o que temer nas mentiras
É que parecem verdades,
E ainda nos traem ao atrair
Um mundo de cores e fantasias
Num universo de horror e perversidade.
Se há o que temer na ilusão,
É no descaso que o acaso faz
E que simplesmente debocha do incolor
Que colore nossa paz,
Pondo fim no começo de um amor
Que de amar é incapaz.
Se há o que temer ao temer,
É que simplesmente tememos o pior,
Mas nem sempre é amargo e imperfeito,
Mas sempre sendo um infinito perfeito
No que se há de melhor.
Se há o que temer no imperfeito
É no perfeito que há escondido;
E no perecer que sempre, para sempre,
Ter-se-á presente no infinito.
Se há o que temer no fim,
É o começo de uma nova dor,
Que é veemente ao modo de sentir
Uma principiante forma de terror.
Se há o que temer no que não há sentido
É que no fundo há um sentimento
Que aos poucos sente-se no nosso abrigo,
De um sentir que sempre está em sofrimento.
Se há o que temer no sofrimento,
É no sofrer que desmente a nós mesmos,
Mas há que se interromper o caos,
Que ao sair, entrará feito novos pensamentos.
Se há o que temer em um pensamento,
É não pensar no desapego, ao apegar-se no sorriso,
Que há de nos dar novos desfechos…