Não sei o que falar,
A voz prendeu-se à teia,
E às vezes, nem pensar,
O céu virou cadeia.
Não sei o que escrever,
A amargura roubou a criatividade
Sem que possa nem conter
Um vestígio da felicidade.
Não sei o que fazer,
A mente abandonou o amor
E nem posso esquecer
Do que me causa dor.
Não sei como expressar
Esse mundo vazio e sem cor,
Só sei que estou sem lugar
Para a vida que me atirou.
Esse cárcere está aberto
Com a fechadura da solidão,
Não posso sentir o incerto
Para que não mate o coração.
Nada faz vários sentidos,
Apenas aqueles que destroem
O resto do sentimento esquecido
Nas brasas da emoção.
Não tenho com quem falar,
Apenas sonhos vendidos
Com quem posso expressar
O fracasso fraco e falido.
O mundo é uma antítese,
Uma censura à liberdade
Da alma em alta vertigem
E clamor à piedade.
O que nos resta é mudá-lo
Da água para o vinho
Para que haja atalho
Ao senhor do certo destino.
Itacoatiara-AM, 15 de janeiro de 2018.