Na estrada escura
O viajante se perde,
Nas curvas derrapa
E o controle desaparece.

Nesta mesma estrada
Encontrei-me perdido,
Um cego sem visão
E ao mesmo tempo sem instinto.

Estava nervosíssimo,
Com medo de capotar,
E como sempre, do nada,
Quase derramo o suor do amar.

Demorei um pouco para entender
Que para enxergar tinha que ver.
A chuva da imensidão
Aguçou a imaginação.

No melhor do enxergar
Capoto e desespero-me…
E a estrada, satisfeita,
Curou-me e brotou-me amor à pele

 
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