Quando a janela do céu abre
Reflete-se o espelho do choro
Que cai lentamente enxague
Na pétala do sorriso solto.

Murmúrios leves caem
Em busca de rios distantes
Para que a alma cace
As gotas perdidas no horizonte.

As árvores choram do nada
E seus cabelos derramam beleza
Para que a pequena estrada
Derrape rumo à natureza.

O sol se esconde com medo
De se molhar novamente,
E de ter iludido o desejo
De queimar-se na enchente.

As nuvens o abraçam
Para que o desamparo viaje,
E que a chuva termine
Para o espelho luzir o traje.

A janela asfixia a água
E o brilho contorna o rumo,
A leveza de dor deságua,
E a terra compõe seu sumo.

Itacoatiara-AM, 16 de janeiro de 2018.


É muito especial ser poeta, ou um escritor em si, pois tudo traz inspiração. No caso da poesia acima,
portanto, tem-se a figura central da chuva, desde o seu início até o seu fim.

Traz uma pequena noção sobre o objeto de inspiração do autor que, atento a detalhes mínimos, enriquece a escrita do texto com elementos poéticos que visam descrever tudo o que se está sendo visto.

 
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